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Franquias: uma opção para os empreendedores

Apesar dos recentes solavancos da economia, provocados pela elevação da cotação do dólar, rebaixamento das dívidas dos países de primeiro mundo e insolvência grega, um setor cresce a taxas de tigres asiáticos no Brasil, passando praticamente incólume a estas flutuações. Trata-se do segmento de franquias, o qual de acordo com a Associação Brasileira de Franquias crescerá 15% em faturamento em 2012, chegando a quase 90 bilhões de reais.

Baseados em sua maioria na prestação de serviços e em venda de bens de consumo não duráveis ou semiduráveis, as compras ocorrem por conveniência ou impulso, fazendo do mercado interno seu maior público-alvo. O poder de consumo aquisitivo conquistado pelas classes C e D, a participação da mulher no mercado de trabalho, maior número de pessoas vivendo sozinhas e o ritmo de vida corrida das grandes cidades, fizeram com que os pequenos e médios negócios localizados estrategicamente explodam suas vendas.

Para constatar o fenômeno, basta um passeio por alguns dos mais de setecentos shoppings centers do país, conforme dados da Alshop – Associação Brasileira de Lojistas de Shoppings. Um gaúcho em Belém ou um amazonense em Santa Catarina se sentem em casa passeando pelos seus corredores. As marcas familiares estampam as vitrines, letreiros de lojas de roupas e calçados, lanchonetes e restaurantes atraem os mais diversos consumidores.

Os proprietários e administradores destes centros de consumo também o incentivam não só pelo poder de atração das marcas, mas também pelo retorno mais rápido e menor probabilidade de insucesso. Hoje, cerca de 60% a 70% dos shoppings são ocupados por franquias. São estas, aliás, as principais razões pelas quais centenas de milhares de empreendedores preferem estrear em seus negócios próprios.

As taxas de adesão e royalties embutem não apenas treinamentos e suporte, mas principalmente ativos intangíveis, tais como a marca, experiência anterior, modelo de negócios e menor possibilidade de mortalidade nos primeiros cinco anos de operação – fato que acomete oito em cada dez empresas de acordo como o SEBRAE de São Paulo. Já nas franquias este número cai para 1,5.

Sobre as variantes de novos empreendedores, existem desde os franqueadores profissionais, os quais investem em várias marcas de franquias ou concentram seu foco em diversas lojas de uma mesma rede, passando pelo executivo cansado da vida corporativa até o franqueado que investe as economias de uma vida na realização do negócio próprio. Em comum, liberdade, estabilidade, realização profissional e um bom pró-labore.

Não obstante, a importância dos aspectos financeiros, tais como retorno sobre o investimento, disponibilidade de fluxo de caixa e eventuais empréstimos, sem os quais o plano de negócio não conseguirá sair do papel, o futuro empreendedor deverá fazer uma pesquisa aprofundada. Buscar informações sobre o franqueador, conversar com franqueados de alto e baixo desempenho sobre o suporte e treinamentos oferecidos, o marketing institucional realizado e o relacionamento entre as partes, são fatores essenciais para o sucesso do negócio.

Pesquise também sobre eventuais lojas fechadas, assim como a oferta de lojas a venda em jornais e sites de franquias. Com estas informações poderá construir seu próprio cenário, confrontando com os demonstrados pelos franqueadores.

Como professor de empreendedorismo, sugiro que o empresário se imagine na função, verificando sua adequação ao dia a dia da operação da franquia, o qual, muitas vezes, poderá ser repetitivo e estressante. Lidar com fornecedores não pontuais, absenteísmo de funcionários e clientes apressados e muitas vezes mal educados podem ser frustrantes, trazendo saudades do mundo corporativo.

Saliento também a limitação inerente ao sistema de franquias, o qual cerceia a criatividade dos empresários, seja no lançamento ou modificação de serviços ou produtos. A padronização faz parte da vantagem competitiva das redes. Desta maneira, oferecer produtos não homologados, mudar o layout e o cardápio, podem trazer sérios problemas de relacionamento com o franqueador.

Por fim, sugiro que faça uma auto-reflexão profunda, verificando se conseguirá se adaptar as regras e procedimentos impostos pelo sistema de franquias. Apesar dos conselhos de franqueados, os quais interagem e sugerem modificações ao franqueado, você não terá toda a autonomia como se estivesse em seu próprio negócio. Afinal tudo na vida é uma questão de custo e benefício. Cabe a você escolher.

escrito por Marcos Morita

Marcos Morita

Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais.

Sobre o Autor: Marcos Morita

Marcos Morita é mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais.

1 comentário

  1. Loly

    A quantidade de faiqnuars abrindo em Santos um reflexo direto do grau de exig ncia do consumidor cai ara atual . Nossa gera o, nascida nos anos 70 e 80 em sua maioria est fazendo acontecer . vamos l galera simbora privilegiar o que bom e fazer com que venham mais e mais !!!!!

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